03/02/2015

Transgénicos, uma pitada de biologia sintética e... cautelas


Fotografia © Rui Coutinho/Arquivo DN

Cientistas alteraram uma bactéria para apenas sobreviver na presença de um aminoácido criado em laboratório. A ideia é tornar os OGM mais seguros.
A acesa polémica sobre os riscos para o ambiente, a saúde humana ou a biodiversidade dos organismos geneticamente modificados (OGM) e dos transgénicos (nestes foram introduzidos genes de outras espécies) está longe do fim. Mas no horizonte já se perfilam novas achas para a fogueira, com a possibilidade de se lhes juntar uma pitada de biologia sintética, com o propósito de os tornar mais seguros - o que não deixa de ter um toque de ironia.
Dois grupos independentes de investigadores das universidades de Harvard e de Yale, nos Estados Unidos, publicaram ontem na revista Nature os respetivos estudos, onde mostram que uma estirpe de bactéria Escherichia coli modificada geneticamente para apenas sobreviver na presença de um aminoácido sintético (produzido artificialmente em laboratório) morre, de facto, quando é privada desse "alimento" artificial.
A ideia, segundo os investigadores, foi desenhar uma estratégia capaz de evitar um potencial problema dos OGMs e transgénicos, nomeadamente com a sua utilização na agricultura: o da possibilidade de contaminação ambiental, com a transferência de genes de plantas OGM para outras espécies na natureza, mesmo a muitos quilómetros de distância, com o transporte dos pólenes pelo vento ou pelos rios. O problema é reconhecido, aliás, pelos autores dos dois artigos.

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