22/10/2016

Como fazer um Herbário

Materiais

Prensa de Secagem de Plantas


O que é um herbário

É uma colecção de plantas prensadas e secas, dispostas segundo determinada ordem e disponíveis para referência ou estudo.
Um herbário pode conter algumas centenas de exemplares colhidos num determinado local, ou, geralmente, ser composto de milhões de exemplares, acumulados ao longo de muitos anos e que documentam a flora de um ou mais continentes.
O objectivo geral da gestão de um herbário é a colheita e conservação de exemplares de plantas com as respectivas etiquetas. Destas etiquetas fazem parte elementos referentes ao local e data da colheita, nome do colector e a identificação da espécie em questão (binome latino seguido do nome do classificador).

A formação de herbários iniciou-se no século XVI em Itália, como colecções de plantas secas e cosidas em papel. 

Lineu (1707-1778), designado como o “pai da taxonomia” aparentemente popularizou a pratica corrente de montar os exemplares em simples folhas de papel e guardá-las horizontalmente. Este botânico foi quem fez uma das principais obras de referência (Species plantarum, 1753), a partir da qual se passaram a designar as plantas pelo binome latino. 

Para que serve? 

Para referenciar e permitir identificar facilmente as plantas. A identificação é feita com base em floras, que são livros que contêm chaves e descrições que permitem distinguir as várias famílias, géneros, espécies, entre outras categorias taxonómicas.
As chaves de identificação são feitas com conjuntos de caracteres morfológicos das plantas. Para observar estes caracteres, por vezes, é necessário recorrer a lupas. As plantas têm um nome científico (composto por duas palavras em latim, a 1ª referente ao género e a 2ª à espécie, seguidas do nome do classificador), que é o mesmo em qualquer parte do mundo. As designações vulgares variam regionalmente e podem não corresponder a uma única planta. 

Como se faz uma prensa para secar o material para conservar no herbário? 

Material necessário 
     

- 2 placas de madeira (dimensões sugeridas – 40x30 cm), com um furo a 2,5 cm de cada um dos quatros cantos 
- 4 parafusos compridos com porcas de orelhas e jornais. 

Procedimento 

Sobre uma das placas de madeira colocar vários jornais, depois um exemplar completo da espécie a herborizar (com caule, folhas e flores/frutos, eventualmente raízes) dentro de um jornal e, novamente, jornais vazios. Não esquecer de colocar junto a cada planta colhida uma etiqueta com os seguintes elementos: nome da planta (científico, se conhecido, ou vulgar), local da colheita (o mais pormenorizado possível, com distrito, concelho, lugar, ecologia, se é seco/húmido, próximo de caminhos, altitude, etc.) data da colheita, nome do colector. 





 
Ver ampliado


É importante haver jornais sem plantas entre exemplares herborizados, para a humidade que sai das plantas e que é absorvida pelos jornais não passar dum exemplar para outro. Assim, evita-se o crescimento de fungos (bolores) nas plantas e fermentações, que as danificavam, não permitindo a sua conservação. 

Depois de prensadas todas as plantas colhidas coloca-se a outra placa de madeira e apertam-se as porcas de orelhas dos parafusos, até sentir alguma pressão, de modo que as plantas fiquem espalmadas, mas não esborrachadas!!!. Têm que se mudar os jornais com frequência, de início todos os dias e, posteriormente, à medida que a planta vai secando, vai-se diminuindo a frequência de substituição dos mesmos. 
 
copyright Lucélia Pombeiro e Teresa Nogueira INETI - DTIQ

 
copyright Lucélia Pombeiro e Teresa Nogueira INETI - DTIQ

Lucélia Pombeiro e Teresa Nogueira, LNEG.
Documento produzido no âmbito do projeto PULSAR
 Fonte: http://www.cienciaviva.pt/projectos/pulsar/herbario.asp

12/09/2016

6 exercícios surpreendentes para o cérebro



Embora nós não a relacionemos, a monotonia é prejudicial à nossa capacidade de concentração. Um dos melhores exercícios para o cérebro é incluir a cada dia novas atividades à nossa rotina.





Com o passar dos anos, com o estresse e as preocupações do dia a dia, o cérebro deixa de funcionar da forma como estávamos acostumados.

Se este for seu caso ou se está realizando exames, se sente ansiedade ou o passar do tempo está afetando você, sugerimos alguns exercícios para o seu cérebro.

Antes de passarmos a descrevê-los, é bom saber como sua cabeça funciona. Como você sabe, nós temos dois hemisférios cerebrais, o esquerdo e o direito, e cada um tem uma função diferente.

O esquerdo se ocupa da parte verbal e de análise lógica. Por sua vez, o hemisfério direito lida com o aspecto não-verbal e a criatividade. Neste sentido, as melhores atividades são as que conectam os dois lados.
1. Exercícios para o cérebro: academia para a mente


Esta academia para a mente aumenta a criatividade, a concentração, as habilidades psicomotoras e facilita a aprendizagem. O sociólogo Paul Dennison propõe uma série de exercícios para o cérebro em 26 simples movimentos corporais que conectam os dois hemisférios.

Recomenda-se o aquecimento com a respiração torácica, bem como bebendo um copo de água antes da ginástica do cérebro (Brain gym). Além disso, o ideal é praticá-la todos os dias, repetindo cada exercício dez vezes por 30 segundos.
2. Marcha cruzada

Progressivamente, levante o joelho direito e direcione o cotovelo até o mesmo para, em seguida, retornar à primeira posição e fazer o mesmo com os outros membros. Você pode se perguntar: o que isto tem a ver com a mente?

Esta rotina tão simples otimiza o equilíbrio da nossa atividade nervosa, que se manifesta em uma melhoria das habilidades psicomotoras e da concentração, especialmente necessária para trabalhar sua criatividade.
3. Lembrar-se de números de telefone


Ao contrário do anterior, aqui você não precisa de outra atividade além da do cérebro. Analise sua agenda e selecione primeiro os seus números mais comuns e tente se lembrar deles.

Inclua isso em suas tarefas do dia a dia e você verá como seu cérebro começa a mostrar-se muito mais ágil quando precisa decorar algo.

A memória é uma parte de nossa atividade cerebral para desenvolver facetas importantes tais como a criatividade, uma vez que só podemos imaginar a partir do que já conhecemos. Neste artigo você encontrará truques para trabalhar a memória.
4. Ouvir música

Algo tão divertido como a música pode tornar-se seu principal parceiro para potencializar os estudos e combater o estresse. Esta área destaca a pesquisa do Dr. Tomatis, que mostrou que a música de Mozart ajudou em terapias contra a depressão.

Assim surgiu o “efeito Mozart”, sobre uma corrente de estudo psicológico e musical que afirma que o ritmo e as melodias do compositor melhoram a oxigenação do cérebro e, portanto, favorecem a concentração, transformando-as em um incrível exercício para o cérebro.
5. Fugir da monotonia

Fazer todos os dias a mesma coisa relaxa o cérebro e, por isso, diminui os níveis de atenção e prejudica a nossa capacidade de concentração.

Com isto em mente, um dos melhores exercícios para o cérebro é variar seu caminho para casa e também abrir-se a novos métodos de socialização.

Conhecer novas pessoas conecta os dois hemisférios, o que é particularmente interessante. Por um lado, a intuição e a curiosidade são despertadas e, ao mesmo tempo, nós praticamos a lógica, bem como nossas habilidades verbais.
6. Não armazenar tudo em um mesmo lugar

Em consonância com o que dissemos antes, nós reconheceremos que colocar tudo sempre no mesmo lugar facilita o surgimento de automatismos, e por isso teremos um baixo nível de atenção.

No entanto, alterar a posição de qualquer elemento da casa vai exigir pensar no novo local, memorizá-lo e recordá-lo, o que representará uma grande sessão de ginástica para a mente, sem a necessidade de mais elementos do que você e sua casa.

Estes incríveis exercícios para o cérebro são fáceis e rápidos de desenvolver. Você só precisa inseri-los em sua rotina.

Experimente!

Fonte: http://melhorcomsaude.com/6-exercicios-surpreendentes-cerebro/

Cavalgada microbiológica mostra bactérias a adaptarem-se aos antibióticos

Cientistas fizeram uma corrida de bactérias com concentrações crescentes de antibióticos, mostrando que o espaço é tão importante como as mutações para a sobrevivência destes microorganismos.

Os cientistas chamaram-lhe “arena”, mas não é mais do que uma caixa de Petri anormalmente grande: em vez dos recipientes redondos e achatados com dez centímetros de diâmetro, que fazem parte de qualquer laboratório que estuda bactérias, esta “arena” é rectangular e tem 1,2 metros de comprimento, 60 centímetros de largura e 1,1 centímetros de altura. Os investigadores preencheram-na com uma camada de meio de cultura para bactérias e nas extremidades colocaram bactérias da espécie Escherichia coli. Depois, observaram uma cavalgada microbiológica que mostrou, de forma inédita, como as limitações espaciais das colónias de bactérias e as mutações genéticas de cada indivíduo influenciam a adaptação destes microorganismos aos antibióticos.

Esse fenómeno foi possível observar porque o meio de cultura da arena estava dividido em nove colunas com concentrações diferentes de antibiótico. Nas duas extremidades do rectângulo não havia nenhum antibiótico, mas caminhando para o centro da arena, a concentração de antibiótico ia aumentando gradualmente sempre por um factor dez. Os rectângulos adjacentes às extremidades tinham uma concentração de antibiótico suficiente para travar as Escherichia coli, os rectângulos seguintes já tinham dez vezes mais antibiótico, os outros 100 vezes mais e a coluna do meio tinha 1000 vezes mais antibiótico do que a primeira.

No entanto, em pouco mais de 11 dias, as colónias de bactérias conseguiram viajar da periferia até ao centro da arena. Para isso, sofreram mutações que lhes permitiram crescer e reproduzir no meio com antibiótico. As que estavam na frente da cavalgada conseguiram, desta forma, romper, barreira atrás de barreira, os rectângulos com concentrações crescentes daquela substância. O resultado, publicado nesta sexta-feira na revista científicaScience, pode ajudar na luta contra os microorganismos resistentes aos antibióticos, um problema de saúde pública cada vez mais preocupante.

“Sabemos bastante sobre os mecanismos internos de defesa usados pelas bactérias para resistirem aos antibióticos mas não sabemos muito sobre os movimentos físicos que exibem no espaço para se adaptarem e sobreviverem aos diferentes ambientes”, explica Michael Baym, investigador da Escola Médica de Harvard, nos Estados Unidos, citado num comunicado daquela instituição. O cientista é um dos autores do artigo, que contou ainda com investigadores do Instituto de Tecnologia Technion-Israel, em Haifa, Israel.

Harvard fez um pequeno vídeo resultante de fotografias tiradas à arena durante os 11 dias. Nele é possível ver as colónias preencherem inicialmente os dois rectângulos das extremidades sem antibiótico. No entanto, quando chegam à fronteira do primeiro rectângulo com baixas concentrações de antibiótico (que pode ser trimetoprim ou ciprofloxacina, consoante as experiências) o seu desenvolvimento pára. Mas de repente, como se houvesse um furo numa barragem e a água começasse a sair por ali, a colónia começa a crescer, a partir de um determinado ponto na fronteira, invadindo o novo rectângulo.

Estes fenómenos vão sucedendo-se até as bactérias conquistarem todo a arena. No fim, os investigadores fizeram estudos de genomas de várias bactérias retiradas em locais diferentes da arena para verificar quais as mutações importantes na adaptação da Escherichia coli.

A equipa descobriu que foram surgindo várias mutações contra os antibióticos ao longo da cavalgada. Apesar destas mutações permitirem às bactérias invadir os rectângulos com o antibiótico mais concentrado, elas eram mais lentas a crescer e multiplicar-se. Ou seja, o metabolismo ficava um pouco comprometido. Mas passado algum tempo, surgiam mutações secundárias, que aceleravam o metabolismo e o crescimento ganhava vapor.

Os cientistas verificaram ainda que não eram as bactérias mais adaptadas que saltavam para novos rectângulos e ganhavam a corrida. Muitas vezes, surgia uma bactéria muitíssimo adaptada mas não estava na linha da frente. Estava mais atrás, onde o meio de cultura já estava gasto e estava fisicamente impedida pelo resto da colónia, que a rodeava, de se propagar. Por isso, apesar de menos aptas, as bactérias na linha da frente que resistiam aos antibióticos podiam continuar a desenvolver-se.

“O que vimos foi que a evolução nem sempre é liderada pelos mutantes mais resistentes”, explica Michael Baym. “Os que conseguem chegar primeiro é mais pelo local onde estão inicialmente do que pela força da sua mutação.”

Fonte: https://www.publico.pt/ciencia/noticia/cavalgada-microbiologica-mostra-bacterias-a-adaptaremse-aos-antibioticos-1743580